07 abr Espanha
Estilos de Vinhos: Espumantes, Brancos Secos, Rosés Secos, Tintos Secos e Fortificados.
Castas: Albariño, Parellada, Verdejo, Viúra (brancas), Cariñena, Garnacha, Mencía, Monastrell, Tempranillo (tintas).
Introdução
A Espanha sempre será uma surpresa, dizem que os espanhóis são “do contra”, fogem do normal, do esperado. Assim também é a história do vinho espanhol. Apesar de ser o maior vinhedo europeu em extensão (mais de 1 milhão de ha), a Espanha é apenas o terceiro maior produtor da Europa. Isso se deve em grande parte ao clima e a geografia do país.
A Espanha é um grande planalto central chamado “Meseta”, que se ergue a 650m do nível do mar e é cercado por maciços rochosos por todos os lados. Essa geografia particular dá origem a um clima muito seco, com baixo índice pluviométrico, apresentando várias áreas semidesérticas. Esses fatores naturais comprometem a agricultura e, no caso da vitivinicultura, é sinônimo de baixo rendimento das vinhas (aprox. 25 litros/ha). A irrigação só é permitida em algumas demarcações específicas.
Assim como aconteceu com Portugal, a entrada da Espanha na União Européia foi muito benéfica. As novas regras de cultivo e vinificação, bem como, as inovações tecnológicas e investimentos substanciais, tornaram os vinhos espanhóis atraentes e respeitados.
A pouca diversidade de climas aliada à pequena variedade de castas autóctones obrigou a Espanha a diversificar os métodos de vinificação, oferecendo uma ampla variedade de vinhos. Existem Espumantes, Brancos, Rosês, Tintos e Fortificados de qualidade. Deve-se ressaltar que a Espanha nunca teve muito interesse em harmonizar seus vinhos e culinária. Isso faz do vinho espanhol a opção certa para se beber “sozinho”. Além disso, nos desafia a compatibilizar seus vinhos com comidas inusitadas.
Classificação dos Vinhos Espanhóis
– Vino de Mesa – VdM: São os vinhos de menor qualidade.
– Vino de la Tierra – VdlT: São os vinhos que seguem regras mínimas de produção. A qualidade varia muito, mas podemos encontrar ótimas surpresas. É o similar espanhol para o “Vin de Pays” francês.
– Vino de Calidad com Indicación Geográfica – VCIG: São os vinhos de regiões vinícolas delimitadas que aguardam o reconhecimento DO.
– Denominación de Origen Pago – DO-Pago: São os vinhos muito especiais e raros, produzidos em propriedades únicas. Podemos dizer que é um “Monopole” francês.
– Denominación de Origen – DO: São os vinhos de melhor qualidade, provenientes de regiões delimitadas com regras muito específicas de produção.
– Denominación de Origen Calificada – DOC: É a mais alta classificação espanhola. Em 2009, apenas Rioja e Priorato possuíam essa chancela.
Algumas regiões espanholas seguem uma classificação razoavelmente homogênea para seus vinhos:
– Vino Joven ou Vino Sin Crianza ou Vino del Año: Vinho jovem pouco envelhecido, mas não o suficiente para ser considerado “crianza”;
– Vino de Crianza: Vinho (tinto, branco ou rosé) de melhor qualidade, envelhecido pelo tempo mínimo de 02 anos, dos quais pelo menos 12 meses em barril de carvalho para os vinhos tintos e 06 meses em barril de carvalho para os brancos e rosados;
– Vino Reserva: Vinho superior feito nas melhores safras. Os tintos devem ser envelhecidos pelo tempo mínimo de 03 anos sendo, pelo menos 01 ano em barril de carvalho; enquanto os brancos e rosés podem envelhecer apenas 02 anos, dos quais 06 meses em carvalho;
– Vino Gran Reserva: Vinho superior feito nas safras excepcionais. Os tintos devem envelhecer pelo tempo mínimo de 05 anos, dos quais pelo menos 02 anos em barril de carvalho. Os vinhos brancos e rosés podem envelhecer apenas 04 anos, dos quais 06 meses em carvalho.
Principais Castas
A Espanha não possui grande variedade de castas autóctones de destaque. A influência da Tempranillo é esmagadora e pode ser percebida em quase todas as regiões. Mesmo assim, as principais castas autóctones são:
Castas Brancas | Castas Tintas |
---|---|
Airén | Bobal |
Albariño (Alvarinho) | Cariñena (Carignan, Mazuelo) |
Albillo | Garnacha Tinta (Grenache) |
Garnacha Blanca (Grenache Bl) | Graciano |
Godello (Verdelho) | Mencía |
Macabeo (Viura) | Monastrell (Mourvèdre) |
Malvasia | Tempranillo |
Moscatel (Muscat) | |
Palomino (Listán) | |
Parellada | |
Pedro Ximénez | |
Treixadura (Trajadura) | |
Verdejo | |
Xerel-Lo |
E as principais castas “internacionais” cultivadas são:
Castas Brancas | Castas Tintas |
---|---|
Chardonnay | Cabernet Sauvignon |
Gewürztraminer | Malbec |
Sauvignon Blanc | Merlot |
Petit Verdot | |
Pinot Noir | |
Syrah |
Principais Regiões e suas Denominações
As principais denominações são:
Galícia
Denominações: Rías Baixas, Ribeiro, Ribeira Sacra, Valdeorras, Monterrey.
Castilla y Leon
Denominações: Bierzo, Cigales, Rueda, Ribera del Duero, Toro, Tierra de Léon, Tierra de Zamora.
Navarra
Denominações: Navarra.
La Rioja
Denominações: Rioja.
País Basco
Denominações: Getariako Txakolina, Txakoli de Álava, Bizkaiko Txakolina.
Aragão
Denominações: Calatayud, Cariñena, Campo de Borja, Somontano.
Cataluña
Denominações: Costers del Segre, Montsant, Penedès, Pla de Bages, Priorat, Terragona, Terra Alta.
La Mancha
Denominações: La Mancha, Manchuela, Méntrida, Mondéjar, Ribera del Júcar, Uclés, Valdepeñas, Vinos de Madrid.
Múrcia e Valência
Denominações: Bullas, Jumilla, Utiel-Requena, Valência, Yecla, Alicante.
Extremadura
Denominações: Ribera del Guadiana.
Andaluzia
Denominações: Huelva, Málaga, Montilla-Moriles, Jerez, Manzanilla-Sanlúcar de Barrameda.
Mallorca
Denominações: Mallorca, Plà i Llevant, Binissalem.